Parque Municipal.Primeiras árvores condenadas foram retiradas ontem; total deve passar de 510
Cortes superam o esperado
Corpo de Bombeiros reforça equipe a partir desta semana para nova avaliação
 

A mais antiga área verde de Belo Horizonte pode perder mais de 510 árvores nas próximas semanas. Até ontem, a força-tarefa montada pela prefeitura para vistoriar o Parque Municipal Renné Gianetti, no centro da capital, já havia condenado 236 exemplares da área, o equivalente a 14% do total avaliado. O índice, entretanto, pode ser ainda maior, devido a uma nova análise à qual alguns dos vegetais serão submetidos a partir dos próximos dias.

Nesta semana, os 24 técnicos, engenheiros e biólogos ganharão o reforço do Corpo de Bombeiros. Junto com os militares, a equipe testará a estabilidade de troncos e raízes das 3.700 árvores do parque - inclusive as já vistoriadas pela força-tarefa. Com isso, mesmo aquelas plantas que já foram consideradas saudáveis correm o risco de ser suprimidas.Para o diretor da Fundação Municipal de Parques, Luiz Gustavo Fortini, a previsão do número de cortes surpreendeu os envolvidos no trabalho. "É importante dizer, porém, que nem todas essas árvores condenadas estão com risco iminente de queda. Algumas delas apresentavam má formação, outras estavam ocas ou, ainda, em local inapropriado", ressaltou.

O teste de estabilidade que será aplicado em parceria com os bombeiros é conhecido como "puxôme-tro". Com um cabo e uma manivela, os técnicos irão submeter as árvores a uma determinada força e, se elas mexerem, é um sinal de que a base está com problemas. "A vistoria que estávamos fazendo até agora é um trabalho visual e, com essa técnica, vamos ter um diagnóstico mais preciso", explicou.

Segundo Fortini, o trabalho da força-tarefa deve durar mais duas semanas e a reabertura do parque ao público será discutida em uma reunião a ser realizada nos próximos dias. O espaço está fechado desde 14 de janeiro, após a queda de um jatobá ter provocado a morte de uma aposentada de 57 anos.

Balanço. Técnicos da força-tarefa da prefeitura realizaram ontem o corte das sete primeiras árvores condenadas no Parque Municipal, entre elas ipês e angicos. Até o momento, cerca de 1.700 exemplares já foram avaliados - 46% do total.

Faixas verdes foram colocadas em 1.007 árvores, indicando bom estado de conservação, e fitas brancas, nas 363 que serão podadas. Outras 98 receberam a cor amarela e precisarão passar por uma nova avaliação.

A Secretaria de Meio Ambiente informou que assinará, até o dia 1º de fevereiro, o convênio que permitirá a realização do inventário completo das 310 mil árvores existentes na capital.