Podas incorretas colocam em risco a vida de pessoas
Intervenções malfeitas tiram equilíbrio natural das árvores, dexando-as mais suscetíveis a quedas durante ventos e chuvas; além disso, estética é prejudicada
DAYSE RESENDE
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Os ventos e as chuvas que atingiram boa parte de Minas nessas primeiras semanas do ano deixaram diversos moradores em estado de alerta. No entanto, não é só o grande volume de água que preocupa.
Uma matéria veiculada na edição de 16 de janeiro no jornal "Folha de S. Paulo" mostra que a poda equivocada de árvores urbanas na capital paulista também coloca em risco a vida de muitas pessoas, além de condenar as plantas à morte.
Na cidade, ocorre o mesmo problema. O Tempo Betim percorreu diversos bairros e constatou que a poda também é feita de forma equivocada pelas autoridades do município.
Cuidados
Mas o que fazer para que o manejo dessas árvores não ofereça riscos à população? Para o especialista no assunto e cabo do Corpo de Bombeiros Giuliano Saraiva Rodrigues, a ordem é fiscalizar. "Uma poda malfeita pode tirar o equilíbrio da árvore e deixá-la mais suscetível a quedas durante ventos e chuvas. Por isso, as prefeituras devem contratar empresas especializadas para que a poda seja executada periodicamente, de maneira correta. Além disso, elas devem estar legalizadas pelas leis em vigor na União, Estados e municípios".
Rodrigues ainda ressalta que as podas devem ser executadas conforme o objetivo, todos sendo direcionados para o melhor desempenho da planta. "Existem quatros tipos básicos de poda. São elas a poda de afastamento, em que são retirados os galhos que ficam acima de um imóvel, entupindo calhas ou prejudicando a rede elétrica; poda de rebaixamento de copa, que diminui o tamanho da planta; poda de arredondamento de copa, utilizado apenas para estética, e poda drástica, utilizada para a retirada de galhos secos e galhos que se encontram infestados por pragas e outras doenças".
Sobre a alternativa para galhos próximos à fiação elétrica, o especialista afirma que essa é uma responsabilidade da Cemig e que, se a companhia de energia optar por uma poda de afastamento, deverá ser feita uma reavaliação, observando sempre o ponto de equilíbrio para que seja detectada a necessidade de outra interferência no desenvolvimento da árvore.
Preocupada, a dona de casa Rosimeire Alves, 45, conta que mora na região Central há 13 anos e que viu árvores crescerem e serem podadas de forma incorreta. "Muitos cortam galhos que atrapalham o tráfego de pedestres e automóveis nas vias por conta própria. Mas não imaginam que isso pode acarretar danos", opina.