A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda 12 m2 de área verde por habitante.
Em algumas regiões da cidade de São Paulo (SP), como
as regiões centrais, por exemplo, esta proporção
não passa de 3 m2 por habitante. Apesar disso, a relação
das pessoas com árvores existentes passa longe do respeito e
do cuidado.
Sim,
o ser humano é o pior inimigo das árvores. Ele é
capaz de queimá-las, cortá-las e até perfurá-las com
pregos.
Para
o médico sanitarista Hélio Neves, diretor do Departamento
de Parques e Áreas Verdes (Depave) da Prefeitura de São
Paulo, as árvores urbanas têm milhares de inimigos. O
pior deles, porém, é o homem. O ser humano mal-educado.
"Não temos a cultura de preservação e proteção e, assim,
vivemos um caos". Diariamente as subprefeituras recebem
milhares de chamados de pessoas que querem apoio oficial para matar
uma árvore. Ou, pelo menos, mutilar. Isso sem contar aquelas
que matam na calada da noite, por asfixia, queimadura, por
corte parcial ou total. Mata-se por motivo torpe como, por
exemplo, a queda de folhas que "sujam" a calçada. Cerca de
30% dos chamados são pertinentes, mas a grande maioria não.
R$ 500, mas podem chegar a R$ 500 mil, se o dano atingir árvore rara, adulta, em área de proteção ambiental. Hoje, há um grande número de casos de poda drástica punidos pela fiscalização que estão por volta de R$ 10 mil por árvore.
O rigor da poda
Toda
vez que se corta os ramos de uma árvore é necessário
saber em que medida isso pode ser prejudicial. A prática tem
demonstrado que mesmo quando se respeitam todas as exigências
de acordo com a espécie, idade da planta e época de
poda, a eliminação de grande volume da ramagem é
danosa à planta, podendo conduzir o vegetal à exaustão e
morte.
Tem-se
como regra básica que é saudável a retirada de
até 1/3 do volume da copa, visando melhor delineá-la,
arejando seu interior e revitalizando seus ramos. Essa redução
não deve ser a mesma nos anos seguintes.
É
importante lembrar também que em condições normais
de campo as árvores buscam compensar em sua base (o sistema
radicular) quando há eliminação de ramos em sua
parte aérea. Ou seja, há um maior desenvolvimento das
raízes.
O valor de uma árvore
As
alterações que as árvores sofrem em função
das estações do ano fazem com que elas se apresentem ora
com flores, ora com folhas ou sem folhas. Estas renovações
são importantes para a paisagem urbana. Elementos como textura,
estrutura, forma e cor, inerentes às árvores, alteram o
aspecto da cidade, quebrando a monotonia e a frieza típica
das construções.
Outras
qualidades que podem ser atribuídas às árvores
urbanas são seu poder de interferir em microclimas e de reduzir
a poluição, os ruídos e a temperatura. A estes
atributos, associam-se as contribuições sociais, como a
saúde física e mental do homem, as opções de recreação
propiciadas em função da existência de árvores ou áreas
verdes.
Seja um "amigo" das árvores:
* Não coloque placas, faixas, luzes ou enfeites de Natal nas árvores.
*
Evite pintar seus troncos, seja com a finalidade de
"proteger" ou decorar. A prática comum de caiar os troncos
das árvores não tem função benéfica. A cal é
tóxica para os líquens que vivem nos troncos.
*
Entre em contato com a Prefeitura se perceber que há
necessidade de tratamento (no caso de ataque de cupins e
outros insetos) ou poda (se estiverem perto de fios
elétricos), ou no caso de ameaça de queda.
*
Regue-as nos períodos de seca, de preferência nos horários
mais frescos do dia (pela manhã e no final da tarde).
Fontes
de Pesquisa: Jornal O Estado de S. Paulo; Programa
Pró-Ciências-USP e Guia de Planejamento e Manejo da
Arborização Urbana da Eletropaulo